desafio de escrita dos pássaros #9
Para esta semana, o tema é:
Acordaste nu, sem te recordar de nada, numa ilha deserta
Acordei com a boca cheia de areia, com a pele toda vermelha e aos poucos comecei a tentar perceber onde estava. Só via mar à minha frente, atrás uma floresta e não percebi onde estava, porque ali estava, o que tinha acontecido e mais grave, não me lembrava sequer do meu nome.
Enquanto estava ali perdida a tentar perceber o que estava a acontecer, oiço alguém a tossir. Era um homem, que não reconhecia, e também ele parecia estar a acordar para um pesadelo, desorientado e adivinhem? também ele estava nu, e era bem jeitoso.
Resolvi perguntar se precisava de ajuda, e ele olhou para mim com ar de espanto e depois para ele, e ao verificar que estávamos ambos nus, perguntou-me se estava no céu. Eu respondi que não, mas também não sabia exactamente onde estava.
Ele disse que se não era o céu, então só podia ser o paraíso, para ter uma mulher tão linda e nua à sua frente. Eu corei, pelo que ele disse, mas porque também não estava de todo a desgostar das vistas.
Tínhamos sede, muita sede, pelo que seria urgente procurar água doce, entrámos na floresta, e andámos até ouvirmos o barulho de agua a correr. Encontrámos uma cascata, e vimos alguns animais a beber, portanto envenenada não estava, atiramos-nos para a água e foi um momento de pura libertação, brincámos como duas crianças na água, e a atracção entre os dois aumentava e eis que surgiu o primeiro beijo, os nossos corpos encostados um outro tremiam de desejo, e foram-se fundindo até serem um só.
A noite não tardava a chegar e encontramos uma gruta que servia de abrigo, voltamos à praia e encontramos vários destroços e baús...muitos baús de madeira. Lá dentro tinham roupas, louças, talheres, vinho, comida em latas e resolvemos juntar tudo e levar para a caverna.
Já na caverna fizemos uma fogueira, preparámos um jantar digno de reis e bebemos vinho. Ele disse que havia um baú cheio de roupas e experimentámos e vestimos o que nos servia...mas a roupa não se manteve muito tempo no nosso corpo, porque o vinho voltou a acender o desejo e portanto mais uma vez...e outra...e outra...e assim ficaríamos ali, para todo o sempre....ou não...
....acordei e afinal era um sonho...
Ora Porra para isto..quero voltar a dormir...voltar para a ilha e para os braços daquele homem
Cala-te despertador...eu já percebi que não estou na Lagoa Azul, já percebi que tenho memória, não precisas de me estar a avisar de 10 em 10 minutos.
Como era bom poder acordar numa ilha sem quaisquer memórias e ser-se apenas feliz. Poder estar aqui e agora, viver cada momento com amor e alegria...e um homem jeitoso ajuda sempre.